quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Láfer.

Ter um animal de estimação foi uma coisa normal desde a minha infância. Mamãe sempre permitiu e incentivou ter bichinhos, pois segundo ela estimulava responsabilidade e afetividade. Tenho certeza de que ela estava certa. Mas vou além, ter animal de estimação me fez respeitar a vida além da condição humana, porque a relação que se cria com os animais , o afeto faz com que vejamos que amor e respeito não são privilégios da racionalidade.
Aprendi com meus cães que amor e carinho não são apenas humanos... Meu primeiro cão foi o Láfer, na verdade ele já estava em casa quando nasci, foi um presente de casamento que meus pais ganharam. Era um Dálmata epilético que me amava muito. Lembro dele desde sempre, ele foi meu primeiro amigo, vivia tomando conta de mim e me seguindo pelo quintal, me protegendo dos perigos do mundo, permitia que sentasse nele, que o tocasse, que mexesse nas suas orelhas,foi o primeiro cão que amei.
Quando ele foi envelhecendo, fui entendendo o sentido do "morrer" e foi ele que me proporcionou conhecer o sentimento de perda e doeu muito... Foi aos poucos, ele foi adoecendo, foi ficando lento, foi ficando amoadinho e até que um dia o veterinário disse que não tinha mais jeito e aos 14 anos ele se foi... Sinto saudades até hoje do meu Láfer.
Durante toda sua vida , a felicidade desse cão era a nossa família, estava feliz quando estávamos todos juntos e felizes, em todas as suas alergias e crises de epilepsia, só precisava dos afagos da minha mãe; ela acordava pela madrugada para socorre-lo. Ele encostava na porta de vidro e tremia, e mamãe corria para socorre-lo a hora que fosse. Aprendi sobra cuidados e amor pelos animais com ela, e via a cumplicidade dos dois, o cuidado dela com ele e a confiança que ele tinha nela.
Que exemplo lindo foi aquele! Fui educada por essas atitudes, aprendi respeito , cuidado e amor com mamãe e com o Láfer.
Quantas saudades do meu velho!

Um comentário:

  1. Que lindo! Dá até um aperto no peito de pensar que um dia terei que lidar com a partida dos meus.
    Bjins.

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